O músico Hianto de Almeida teve sua carreira perfilada pela pesquisadora Leide Câmara no livro “A bossa nova de Hianto de Almeida” (325 páginas), publicado pelo Sesc-RN. A primeira apresentação da obra será em 2 de setembro, às 19h30, no Palácio da Cultura, para convidados.
Depois disso, os 500 volumes do trabalho seguem para bibliotecas de todo o país, divulgando a arte do macauense, que viveu apenas 40 anos. O livro é ilustrado com fotos, partituras e até textos jornalísticos referentes a ele.
Pesquisadora da vida de Hianto desde 1996, Leide Câmara explica que não se trata de uma biografia, mas de uma cronologia da obra do artista, contando com as letras das canções e páginas especiais para aqueles que tiveram participaçãoem sua carreira.
“O livro tem um capítulo dedicado aos parceiros dele, que são muitos. Só Chico Anysio teve 34 composições ao lado de Hianto”, fala, citando também Macêdo Neto, Fernando Lobo, Carlos Gonzaga e K-Ximbinho.
Também recebem destaque os intérpretes das composições do bossanovista, com nomes como Elizeth Cardoso, César Camargo Mariano, Lúcio Alves, Elza Soares, Maíza e João Gilberto. Este último escolheu a canção “Meia Luz” como sua primeira gravação, uma canção de Hianto de Almeida e João Luís de 1978.
“Isso é uma curiosidade porque essa gravação saiu em 78 e em 2009, em uma coletânea da França, intitulado ‘Os precursores da bossa nova’”, conta a autora, que inclui ainda os grandes maestros que fizeram arranjos para composições do potiguar.
Em “A bossa nova de Hianto de Almeida” há espaço também para a família do homenageado. O pai, Fernando d’Almeida, era pianista e exerceu importante influencia nas escolhas de Hianto. Ainda em Macau, o pianista tocava no cinema mudo, quando passou a levar o filho, ainda criança para fazer o mesmo. Os irmãos Gilson, Haroldo, e Newton também são músicos. Os dois últimos foram parceiros de Hianto.
Para a pesquisadora, a beleza das músicas também têm peso na importância do livro que acaba de concluir. “Ele fala do amor, do bem, de futebol, passa pelo Carnaval, que foi uma das grandes características dele”, enumera. “Ele passeia por todos os gêneros musicais com facilidade, seja folk, choro ou samba-canção. Pelos intérpretes você vê a diversidade que ele tem de produção”.
Além disso, são atuais e estão sendo sempre lembradas, como com a releitura que Tânia Soares dará a duas de suas músicas, no próximo cd. “Desde quando eu comecei a pesquisar a atualização é contínua, eu acompanho se está saindo alguma novidade”.
Leide Câmara é autora do “Dicionário da Música do Rio Grande do Norte” (2001), que conta com três mil verbetes e vai ganhar nova edição em breve com mais de 6 mil